segunda-feira, outubro 29, 2007

2 Filhos de Francisco (Brasil, 2005)


Eis um filminho com sabor de chuchu: nunca comi e não gosto!!!
daniel ozzkeith grizza – gastronômico hoje

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domingo, agosto 12, 2007

Durval Discos (Brasil, 2002)


Longa de estreia da diretora, roteirista e crítica de cinema Anna Muylaert, pode-se dizer que Durval Discos são dois filmes distintos em um. Oriunda da televisão, com grande experiência em programas com apelo aos públicos infantil e jovem, Anna, colaboradora esporádica do cinema da retomada, emprega em seu filme algumas referencias de seus trabalhos anteriores. O protagonista Durval (Ary França), por exemplo, já havia trabalhado com a diretora no infanto-juvenil “Disney Club”, cria dela. Mas é inegável que o ponto alto do filme é sua trilha sonora. Com produção musical de Pena Schmidt, o filme traça um panorama da MPB dos anos 70 com sabor de Long Play.

Durval é proprietário de uma loja musical dedicada à discos de vinil e passa seus dias a espera de clientes. Sua loja é localizada no andar térreo do prédio onde mora com sua mãe, Carmita (Etty Fraser) no bairro paulistano de Pinheiros. Por trabalhar apenas com vinil, a loja de Durval não apresenta grande intensidade de movimento, fato que o frustra bastante e para alguns possíveis fregueses que insistem em adentrar procurando por CDs, ele dispara: "O nome da loja é Durval Discos - só trabalho com vinil, pô".

Percebendo que sua mãe começa a dar sinais de senilidade, Durval propõe a ela a contratação de uma empregada, porém o salário que Carmita decide que podem pagar é completamente fora da realidade de mercado, o que os faz dispensarem algumas pretendentes ao cargo até que Célia (Letícia Sabatella) responde ao anúncio. Célia é bonita, atraente e desperta olhares de Durval e ciúmes de Carmita, que tangem do filho à vassoura que ela usa, porém se mostra eficiente e parece não dar muita importância ao salário oferecido, fato que acaba por conquistá-los. Ao final do primeiro dia de trabalho, Célia informa a Durval que precisa resolver assuntos pendentes, mas retornará para preparar-lhes o café da manhã. Quando na manhã seguinte não encontram nem o café nem Célia, Durval e Carmita decidem investigar e encontram no quarto da empregada, uma garota de 5 anos, Kiki (Isabela Guasco) - que acredita estar visitando o haras de um parente. A garota, num primeiro momento desperta ciúmes em Durval pois Carmita dedica-lhe atenção e atende a todos os seus mimos, coisa que há muito faz por ele.

Certa noite assistindo ao telejornal local, descobrem que Kiki Botelho é a filha de uma empresária que fora seqüestrada há alguns dias e Célia, a única integrante da quadrilha que conhecia o local do cativeiro da menina, fora morta numa troca de tiros com a polícia. A partir desse ponto, o filme que se desenhava como um drama cotidiano com acentos cômicos, adquire contornos surrealistas insanos com pitadas de humor negro e aura de filme policial culminando num desfecho tétrico.

A aparição do jornalista e apresentador Heródoto Barbeiro (TV Cultura), marca o ponto de mudança na tônica do filme, e as referências visuais da segunda metade da trama, como a cena em que Kiki aparece montada em um cavalo dentro do quarto de Carmita pintando as paredes com sangue, remetem ao surrealismo proposto por David Linch em seus filmes.

Como em um disco de vinil, o filme de Anna Muylaert tem um lado A e um lado B, e estes não parecem conter músicas de um mesmo artista.

daniel ozzkeith grizza – virando o disco

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sexta-feira, junho 15, 2007

Irreversível (França, 2002)


Grotesco e nauseante mas ainda assim excelente, Irréversible não é nada daquilo que já se leu ou falou – é muito mais. Sua não linearidade, seus plano-sequencias, sua câmera nervosa que parece saída de um documentário de guerra ou de um tele-jornal fuleiro ao pior estilo “Aqui, Agora” causam no expectador a estranha sensação de que se está realmente imerso na ação do filme, porém sem que nada se possa fazer para dissipar toda aquela violência.

Com suas ações futuras vindo antes das passadas, ao final do filme vemos que tudo que aconteceu no futuro/passado é invariavelmente irreversível, não importa como montemos o filme em nossas mentes.

daniel ozzkeith grizza - pasmo

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quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Confissões de uma Mente Perigosa (EUA, 2002)


Esta é a estréia de um provável grande diretor – o que não deixa de ser uma agradável surpresa, uma vez que estamos falando de George Clooney, certo? Errado!

Com um roteiro de Charlie Kauffman, baseado na autobiografia de Chuk Barris, com seus colaboradores de longa data, Sam Rockwell e Julia Roberts no elenco, com pontas “brodagem” de luxo de outros de seus chegados, Brad Pitt e Matt Damon, com um orçamento de US$ 29 milhões (ok, para os padrões gringos, essa soma pode até parecer chinfrim, mas com tanta ajuda, pra que mais?!?) e o apoio moral e intelectual de seu sócio, Steven Soderbergh, o cara devia ao mundo um filme no mínimo muito bom. E claro, o menino mandou bem!

Em seu misto de ficção e documentário Clooney consegue dissecar a face obscura de Chuck Barris, um bem sucedido produtor e apresentador de TV durante o dia e assassino da CIA vez por outra. Destaque para a atuação de Sam Rockwell na pele de Chuck Barris, que, graças à sua conhecida sagacidade, faz um Barris que lembra um misto de Dennis "Spider" Cleg (Ralph Fiennes no filme “Spider”, de David Cronenberg) e Winston Smith (John Hurt no filme “1984", de Michael Radford). Ah, e o principal: o filme conta ainda com os atributos de Drew Barrymore! Oh Yeah!

daniel ozzkeith grizza – esculhambando

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sexta-feira, janeiro 12, 2007

Caché (França/ Áustria/ Alemanha/ Itália, 2005)



Filme francês, elenco de renome, uma boa idéia, um diretor com bons filmes no currículo, prêmios internacionais de crítica e público... a soma de todas essas qualidades resultaria em um grande acerto, em um grande filme, correto? No caso de Caché, de Michael Haneke - do muito bom ‘A Professora de Piano’ – isso infelizmente não se faz verdade.

O filme, é claro, é permeado por alguns bons momentos, o casal protagonista – os excelentes Daniel Auteil e Juliette Binoche – detém muito da força e contundência do filme, mas este se perde em querer insistentemente mostrar o que poderia simplesmente ser subentendido e isso acaba prejudicando o filme no todo, tornando-o chato e plano – mas de forma alguma previsível, o que configura em ponto à obra.

No frigir dos ovos, eis um filme que não precisaria ser visto no cinema – aguardar o lançamento em DVD ou esperar o eurochanel exibi-lo me parece ser mais sensato - mas se mesmo assim você achar que deve conferir com seus próprios olhos, em uma sala escura e com tela grande, procure assistir em boa companhia. Torna a experiência toda bem mais agradável.

daniel ozzkeith grizza – na cruzada anti-caché.

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sexta-feira, dezembro 15, 2006

Pequena Miss Sunshine (EUA, 2006)


Ok, ok – finalmente eis um filme que vale o preço do ingresso, mesmo não se pagando nada por ele – se bem que nada é uma leitura bem relativa, afinal R$ 1,00 para assistir “Caché”, por exemplo, é uma quantia no mínimo exorbitante.

Oriundos da linguagem dos videoclipes – e coloque-se nesse balaio o mais belo de todos eles, Tonite, Tonite dos Smashing Pumpkins - em seu filme de estréia Valerie Faris e Jonathan Dayton demonstram sensibilidade impar na construção e condução da trama. Da trilha incidental aos enquadramentos, do elenco aos tempos dramáticos todos os elementos que compõem essa obra parecem estar na medida exata. Tudo isso com um orçamento de US$ 8 milhões, que para os padrões gringos é merreca.

É visível que os gigantes de Hollywood precisam aprender algumas coisas com os independentes. Mas uma que eles precisam reaprender, e urgente, é contar uma boa história – sem firulas hi-tec nem orçamentos astronômicos – apenas uma boa historia.

daniel ozzkeith grizza – de bom humor.

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sábado, outubro 14, 2006

Ken Park (EUA, 2002)

O que dizer a respeito de um filme que já se falou tão mal? Procurar por algum atributo inovador que tenha passado desapercebido, desafinando assim o coro dos contentes?!? Negativo! Vamos engrossar esse caldo!!!

Dizer que o filme é ruim seria um eufemismo elegante. Na sanha de tentar ser polêmico, Larry Clarck repete-se indefinidamente, valendo-se de uma formula que ele mesmo já utilizou a exaustão, nos submetendo a uma trama(?) chata e extremamente previsível. O único momento do filme digno de, digamos assim, uma reação positiva é a parte em que o pai de Peaches(Tiffany Limos), a flagra nos preparativos para uma transa sadomasoquista, com seu namorado Curtis(Mike Apaletegui), já devidamente amarrado à cama. Atônito ao ver a cena, seu pai não tem dúvidas: desce o cacete no moleque que atado, não tem como se defender. É impossível não imaginar que poderia muito bem ser Larry Clarck amarrado àquela cama...

Se você estiver em um café, rodeado por amigos quando anunciar “vou assistir Ken Park”, e um deles lhe alertar que o filme é uma porcaria, acredite e prefira gastar seu tempo com coisas mais úteis, como por exemplo arrumar sua gaveta de meias em ordem alfabética de cores.

daniel ozzkeith grizza – amarelas, azuis, brancas...

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